Essa dúvida pode parecer básica para alguns e complicada para outros. Alguns, ainda, vão dizer que não faz tanta diferença. Vou explicar aqui para vocês porque é, sim, importante saber, afinal, em qual categoria se encaixa o sexo oral.
O QUE SÃO PRELIMINARES
Primeiro, precisamos entender o que são preliminares. Ano passado uma chuva de tweets despertou a curiosidade sobre o tema e enfatizou que sexo oral é sexo sim. E que as preliminares, bem, são outra coisa.
[ Tweet original ]
Como o nome diz, preliminar é tudo o que "antecede o principal". Tudo que tem como objetivo aumentar os níveis de excitação pode ser considerado aqui. Ou seja, entram nesse pacote desde o date até uns pegas de fato, como beijos, toques e masturbação mútua.
O COMEÇO DO SEXO
O que deixa as coisas um pouco confusas é que o sexo oral, seguindo a cartilha da mídia, da publicidade e da indústria pornográfica, normalmente é visto como o início da relação sexual - e não como a relação em si. A sequência aprendida, propagada e reproduzida é de preliminares, seguidas pelo sexo oral, para então a relação culminar na penetração.
Esse modelo pressupõe ainda uma relação sexual heterossexual, o que demonstra a heteronormatividade (ou seja, a ideia de que somente relacionamentos heterossexuais são "normais" ou "corretos", marginalizando situações diferentes da "norma" social) da sociedade. Dessa maneira, não ocorre educação, mas sim a exposição de um modelo a ser repetido.
Como normalmente o sexo oral é colocado nessa receita entre as preliminares e a penetração, fica mais difícil saber como chamar a prática. A resposta está no próprio nome: sexo oral é sexo sim. É uma prática íntima que envolve os genitais e suas áreas próximas, com o objetivo de gerar prazer em quem faz e em quem recebe.
E, como vale lembrar, precisa dos mesmos cuidados preventivos que as relações com penetração. Ou seja: para se proteger das ISTs, camisinha sempre. O contato dos genitais e das áreas ao redor (vagina, virilha, pênis, testículos, ânus e arredores) com a mucosa da boca pode transmitir infecções e doenças como gonorreia, sífilis, herpes, clamídia, vírus do HIV e HPV.
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), mais de 85% dos adultos sexualmente ativos entre 18 e 44 anos relata ter feito sexo oral com pelo menos uma parceria do sexo oposto. Já entre os jovens, 50% entre 15 e 19 anos também já realizou a prática.
ENTÃO...
Por isso, respondendo à pergunta do começo do texto, é relevante saber que sexo oral é sexo para termos vidas sexuais mais satisfatórias, entendendo que sexo é um conceito que vai muito além da penetração e que não receita para explorarmos nossa sexualidade, com ou sem companhia. O importante é cuidar e respeitar o próprio corpo, vontades e limites. Se você fizer isso, não precisa seguir modelo algum e pode realizar suas práticas preferidas nas sequências que bem entender.
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